9 de outubro de 2024

 

Concordo com a impropriedade do criticado, mas discordo do uso do termo “APROPRIAÇÃO CULTURAL”. O termo ganhou uso e interpretação equivocada pelo ativismo brasileiro, em especial entre os mais jovens.

 

Já tenho falado disso faz um tempo. A apropriação cultural NÃO É PROBLEMA, ela ocorre em todas culturas caldeadas e não necessariamente é ilícita ou imprópria. O problema é retirada de contexto de um bem cultural e a sua EXPROPRIAÇÃO, ou seja, não apenas a adesão ao uso do bem cultural, mas a “tomada e retirada do bem” dos seus detentores e contexto originais, de forma imprópria e ilícita. Em inglês o termo é “MISAPPROPRIATION” (desapropriação ou expropriação) mas por algum motivo, começou a circular por aqui como “apropriação”, o que é OUTRA COISA.

 

Por exemplo, os não-indígenas se apropriaram do hábito cultural indígena do banho diário, não tem problema aí, assim como não teve a adoção popular de costumes e palavras vinda dos africanos traficados e descendentes. O problema é quando essa apropriação é INDEVIDA, quando por exemplo tiraram a AXÉ Music do seu contexto original, ou tentaram transformar o Acarajé em “bolinho de Jesus” ou ainda quando se vulgariza e deturpa o uso de adereços e símbolos de significado especial, sagrado ou cultural para determinado grupo de cultura própria ou diferenciada.

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