14 de dezembro de 2024

Sem querer desmerecer lutas ou ignorar que coisas são passíveis de mudanças com o tempo, penso que essa “nova onda”  é totalmente arbitrária e na verdade não ajuda em nada. O importante é o respeito à diversidade e a inclusões de forma razoável e material.

Em outras palavras, vejo como mais útil a não discriminação dos não binários em campos como emprego, convivência social e direito à identidade sem sofrer violências por isso, do que simplesmente mudar a maneira de falar.  Escrevendo até uso @ para tentar contemplar todos os gêneros, mas falando não vou além da referência binária dupla masculina e feminina.

Por mais que não binários se enxerguem como “outras coisas”, a identidade sempre gira em torno dos 3 eixos, como a pessoa se vê, como é vista e a realidade. Isto é, uma mulher com barba não deixa de ser primariamente feminina, nem um homem com seios deixa de ser primariamente masculino, tudo é ao fim e ao cabo derivação de um ou outro.

É algo como a ideia de “mestiço” enquanto identidade independente, uma inviabilidade biológica, já que não existem várias raças entre humanos e portanto não existe “mistura” da mesma coisa com a mesma coisa…, mas também uma inviabilidade social, já que de acordo com o conceito da hipodescendencia, o “misto” é sempre socialmente alocado no lado mais estigmatizado de sua múltipla origem. Voltando ao sexo/gênero, mesmo os hermafroditas que são uma realidade sexual biológica, em geral socialmente se definem entre um gênero binário e o outro.

Sendo assim entendo que não há necessidade de alterar a estrutura da língua para contemplar as excepcionalidades mínimas que não querem se encaixar na raiz binária.

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