COLORISMO NO SANTO
Não sei exatamente que treta rolou aqui entre o povo de santo de Manaus, mas vou dizer algumas coisas:
1- Quem é de santo sabe (ou deveria saber) que TODO MUNDO tem Ori, logo, todo mundo, mesmo que não saiba ou não queira, tem espaço para divindade na sua vida, qual panteão, se vai “dar santo”, se vai cultuar ou não, já é outra história… .
2- A ancestralidade é base nos cultos afro, mas isso não quer dizer que só a ancestralidade familiar de origem afro é que te dá “direito” ao sagrado afro. Estamos falando de espiritualidade, não de genotipia ou fenotipia.
3- Quem manda é o divino, sacerdotes e sacerdotisas apenas fazem a ligação entre as divindades e a humanidade. Se as divindades querem ou aceitam alguém para o seu serviço, ou para atender, a palavra inicial e final é delas.
4- Nossa história diaspórica secular de caldeamento e miscigenação, não permite nem incentiva privilégios ou limitações por cor na nossa organização e práticas. Os cultos são afro, natural que haja protagonismo afrodescendente, mas não limitado exclusivamente à esse.
5 – Não venham trazer para o que tem tradição, visões confusas e importadas de problematizações neoativistas externas.
No santo o que vale é a hierarquia feita de axé, não a cor de quem tem o axé. Quem tem axé tem, e é o que importa.