5 de dezembro de 2024

A sobreposição entre bolsonarismo e negacionismo quanto à Covid-19 não é apenas direta, ou seja, apenas são negacionistas, ou se comportam como tal, os eleitores bolsonaristas, outros que não o são também.

O eleitorado bolsonarista é minimamente maior que 1/3 do total, então o que explica o comportamento irresponsável para muito além dos números eleitorais ? Simples!, o que o ato falho de Trump dia desses chamou de “mentalidade de rebanho”.

Muita gente não é “minion raiz”, não votou em Bolsonaro, NÃO É bolsonarista, porém está cercado deles, seja na família, seja no trabalho, seja no círculos sociais ou em uma simples saída à rua para qualquer coisa. Isso faz com que muita gente não queira “parecer chata” “do contra”, “desunida da turma” (ou rebanho ?). É gente que não teve ou tem condições de radicalizar em sua convivência com bolsonaristas, tem que estar ali “junto e misturado”, fazendo valer a máxima “Em Roma como os romanos”.

Se poderia dizer, “Ah! mas somos 70%, somos maioria, nós é que deveríamos influenciar mais”, em tese sim, na prática não, pois a tão propalada “politização” da pandemia não vem desses 70%, vem dos 30% que colocam em prática a ideologia negacionista de forma muito agressiva, à ponto de constranger e intimidar quem por puro cuidado vá em sentido contrário.

Por exemplo, os bares foram liberados para funcionar com distanciamento e os profissionais equipados, ocorre que os negacionistas não gostam disso, fazem pressão para que atendentes ajam como se nada estivesse passando, ou seja, sem os equipamentos de proteção. É lógico que muitos desses donos de bares e atendentes são bolsonaristas e por eles já seguiriam a ideologia disseminada, mas se viam contidos pela lei, outros não, porém com a pressão pesada e agressiva de clientes negacionistas e ante o “silêncio e educação constrangida” dos ainda preocupados, optam por agradar os mais barulhentos.

Muita gente simplesmente não consegue “se manter diferente” do chefe/patrão negacionista, dos colegas de trabalho, da família, dos amigos, da turma da igreja, da galera na balada…, faz parte da natureza humana a sociabilidade e por vezes o “comportamento de manada”. Muita gente começou a fumar, mesmo sabendo que iria ter gasto desnecessário, comprometer a saúde, ficar com um hálito desagradável, irritar não fumantes nas proximidades, apenas para “se enturmar”, ou não ser excluído da turma.

A única forma de tentar “salvar”, ao menos parcialmente, os constrangidos é com a ação dura da fiscalização, fechamento preventivo das opções onde há desrespeito às regras e uma campanha em que os negacionistas sejam repudiados e envergonhados ao limite.

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