10 de outubro de 2024

Em uma descoberta da minha emérita orientadora sobre patentes militares no Pará colonial, onde o foco era uma de “Alferes dos Índios”, notei na fonte exibida também uma outra de “Capitão do Mato”. Não sou muito fã de Colônia e Império, embora tenha até pesquisado sobre militares negros nos ditos períodos, nunca me ocorreu porém que “Capitão do Mato” fosse um “posto” de fato e obtido por patente, imaginava ser só uma referência de ofício e um tratamento popular dado aos caçadores de escravizados fugidos. Com a atenção chamada fui pesquisar e de fato, no Brasil colonial os capitães do mato tinham patentes, emitidas pelos governadores das capitanias ou mesmo pelo Rei. Outros pontos interessantes são que, diferente do senso comum, o capitão do mato não necessariamente era um “profissional liberal” que trabalhava sozinho, como sugere o famoso quadro de Rugendas ou como vemos nas novelas de época da TV. Na verdade existiram milícias chamadas “Corpos de homens do mato”, aonde não apenas atuavam em grupos organizados, como havia uma hierarquia ao estilo militar, com Soldados do mato, Cabos do Mato, Capitães do Mato, Sargentos-mor do Mato e Capitães-mor do Mato.
Por mais que a gente estude, sempre “come mosca” em algum sub-assunto e todo dia a gente aprende… ☺️, então bora compartilhar.

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