Crack, comoção e seletividade
Seis histórias com elementos comuns, a celebridade prévia (menos para a “mendigata capixaba”), as drogas, o crack , a morada de rua, o resgate, a comoção e a ajuda, o tratamento e o retorno (para a maioria) ou entrada à celebridade.
Creio ter incluído na montagem os seis casos mais rumorosos e conhecidos, e é dai que tiramos as observações.
Olhe a foto e diga quem você reconhece (mesmo que só pelo apelido artístico), desconheceu alguém ?. Pois bem, qual a diferença mais visível na foto ?, fixe quem você desconheceu.
Todos ou a maioria dos que reconheceu, geraram grande comoção e cobertura jornalística, etc… .
Agora pense no que tem em comum entre a única não “celebridade” antes do crack e a totalidade ou maioria dos “célebres” antes do crack, também no que há em comum nos que após o tratamento ficaram mais famosos que antes e receberam propostas “salvadoras”.
Para encurtar e caso não tenha percebido…, ao contrário da maioria dos “crackudos” não resgatados ou resgatados sem comoção, são praticamente todos brancos, e mais que a celebridade prévia esse foi o determinante primário da comoção… , prova ? qual a cor da única que não era celebridade ? ( e se tornou) e qual a cor do único que apesar do “sucesso” prévio provavelmente você nem lembrava do caso do resgate em 2015 ?.
A maior comoção e o sentimento de “injustiça” e “situação errada” se dá principalmente pela mentalidade racista não admitir que pessoas “brancas” (ainda mais “bonitas”) estejam em situação de degradação análoga a da “massa crackuda”. Isto é, na cabeça da maioria das pessoas, mesmo as que tem uma visão humanitária ampliada, a “miséria” não é coisa para branco, e os que mesmo tendo tido tudo para não estar lá, merecem atenção, prioridade e muito maior empenho em resgate, recuperação e “pós-oportunidade”.
Ainda nessa linha, o “resto” é apenas uma “massa feia, perigosa e incômoda, que não tem jeito…” e devem ser a qualquer modo e custo “retirados da paisagem”. Esse filme não é novo… .