Negros e a morte violenta, estatísticas x estatísticas …
Esse estudo noticiado está um tanto estranho, com o setor de gênero e raça do IPEA em desmantelamento pelo governo golpista e saindo no Globo com percentual tão baixo…, cabe algumas perguntas…
1-O que é “negro” na pesquisa ??? , os institutos somam as categorias preto e pardo para obter “negros”, por outro lado a imprensa insiste em usar negro como sinônimo de preto, excluindo os pardos…
2- Por que utilizaram “Negros” e “Não-Negros” ? o que tem em “Não-Negros” ?, em geral se utiliza “Brancos” pois além de grupo socialmente hegemônico, “Não-Negros” é muito heterogêneo… Índios por exemplo tem a mesma chance de morrerem violentamente que brancos ??? de certo não… idem para os Asiáticos que estatisticamente como os Índios são pouquíssimos… .
3- Mesmo controlando as variáveis sociais, teremos várias faixas e coeficientes, esse 23 é o mínimo ? , média ?, máximo ? é 23 o que ? 23% de diferença ou 23 pontos percentuais a mais ? (parece besteira mas muda completamente o cenário).
4- O controle de variáveis apenas exclui o que “pode talvez não ser racismo”, quantificando o que não tem como explicar por outra coisa, ocorre que o racismo brasileiro é extremamente subjetivo, e as variáveis se sobrepõem e somam, as chances de um dentista negro ser morto pela PM “confundido” com um assaltante (já ocorreu), factual e estatísticamente são “baixas”, mas e a de jovens periféricos, não universitários e não brancos (grande massa) ????, as chances estatísticas são as mesmas ? são a “mínima” ? creio que não, nos números brutos vemos outra coisa….
No “grosso modo”, ou seja, na crueza pura e simples da cor dos mortos violentamente, não é “23 % a mais”, mas 250%… é uma baita diferença prática, veja abaixo: