A morte de Juma, a onça mascote do 1º BIS
A situação é triste, mas a análise do fato pode ter visões diferentes…
1º A onça possui um enorme valor simbólico no contexto militar amazônico, significa mais que associar ao guerreiro de selva a força e adaptação ao meio do mais poderoso predador da selva amazônica, obviamente visa demonstrar o controle dos guerreiros de selva sobre o meio, tem efeitos psicológicos e simbólicos…
2º As mascotes apesar de não livres e fora do seu habitat, não são maltratadas, recebem toda a atenção veterinária, etc…, são normalmente dóceis e acostumadas ao contato humano e aglomerações, permitem aos veterinários conhecer mais sobre a espécie, coisa nada comum fora das organizações militares, quais outras instituições na região mantém zoológicos com onças?
3º Por mais dócil e condicionado ao convívio e situações estressantes que uma mascote vivencia (inclusive animais domésticos), não é razoável deixar “livre” em grande público qualquer animal com potencial ofensivo, as correntes no caso são uma contenção lógica, por mais que se apresentem “cruéis”, o recurso por sinal é usado inclusive com humanos privados de liberdade e considerados perigosos…
4º O fato foi atípico, não ocorreu DURANTE o evento popular, mas dentro da unidade militar, esvaziada, após fuga imprevista e ação com tranquilizantes primariamente, a ação letal foi último recurso e reação instintiva diante de alto risco…
5º Não é tão incomum nos ambientes zoológicos, tais consequências diante de situações de impossibilidade de controle e alto risco em situações limites, vide o caso recente do Gorila Harambe em Cincinatti-EUA, que nem era utilizado como mascote ou sujeito aos estresses possíveis com a atividade…
Por fim, é de fato triste o episódio, repercute muito mal em um momento que deveria dar ao contrário boa visibilidade ao Amazonas e ao Brasil, mas antes de se partir para a “condenação” de práticas e instituições, é preciso visualizar de forma menos emotiva todas as variáveis envolvidas… A verdade é que a despeito de todos os cuidados e expectativas “Shit happens”…