Racismo é obvio na prisão de ator/formando de psicologia/trabalhador negro confundido com assaltante
Vinícius Romão de Souza, que atuou na novela “Lado a lado” da Globo, tem 27 anos, está aguardando a colação de grau em Psicologia e trabalha em um Shopping no Rio de Janeiro, e é filho de um Tenente-Coronel reformado do Exército…, ou seja, tem um “ÓBVIO” perfil de assaltante CERTO ?, foi preso enquanto caminhava tranquilamente pela rua, minutos após ter deixado o trabalho, acusado de roubar a bolsa de uma mulher que também saia do trabalho em um hospital…, a descrição do assaltante “batia” parcialmente com a dada pela vítima, um homem negro, magro, alto, de cabelo black power e bermuda preta… (sendo que ele vestia calça jeans e camiseta pretas ), abordado por policiais teria sido “reconhecido” pela vítima (psicologicamente abalada pelo ato e aos prantos) e preso sem os pertences da vítima, na delegacia teria sido novamente “reconhecido” pela vítima (com o incentivo de policiais), “flagranteado” e a partir dai rapidamente encaminhado para Casa de Detenção, sem uma verificação da possibilidade de engano e sem que o preso pudesse contatar advogado e familiares… .
Uns irão dizer, “não tem racismo nisso não…, o criminoso era DE FATO negro, a descrição “batia” e houve ‘reconhecimento’ pela vítima… “, porém eu discordo caro leitor, quando falo em racismo, não me refiro ao crime de racismo, mas à mentalidade racista que faz com que se naturalize a criminalização do negro mesmo sem fundamentação sólida, que “confunde” as caras negras (pessoas de fora do grupo tendem a ver “poucas diferenças ” entre os negros e se confundem facilmente), a mesma mentalidade que não dá ao negro a mesma “elasticidade” no benefício da dúvida, que não protela nem tem cuidados mínimos quando se trata de colocar o negro em situação negativa… .
Imagine agora a mesma situação ocorrendo com uma pessoa com as características citadas no primeiro parágrafo, só que branco… , um ator que fez um papel (pequeno que seja) em uma novela na principal emissora do país, vista por milhões de pessoas e com ampla referência na web…(o que poderia ser facilmente checado até em um celular), se dizendo filho de militar de alta patente (o que normalmente gera em tais casos ao menos um “cuidado extra” da autoridade policial, não apenas no tratamento mas na agilidade do contato com familiares e advogados), alegando que havia acabado de sair do trabalho no shopping (o que não seria nada difícil de confirmar com alguns telefonemas), e imagino que portando algum documento comprovando ser um universitário finalista… (padrão imagino nada comum em ladrões de bolsa), preso sem as “evidências” do crime e com uma roupa diferente da descrita… por meio de um “reconhecimento” no mínimo questionável.
Penso que fosse branco Vinícius Romão, isso tudo geraria ao menos uma “melhor vontade” por parte da polícia em cogitar a possibilidade de engano, de ter permitido o pronto contato de familiares e advogados, de ter apresentado as informações à vítima para que ela prestasse mais atenção aos detalhes do acusado e visualizasse talvez algo obviamente discordante… (o que não geraria o “reconhecimento inarredável” ) e com certeza uma menor “celeridade” em flagrantear e encaminhar para a casa de detenção, sem maiores materialidades do acerto de pessoa.
Me atreveria até a dizer que não fosse liberado de prisão, apesar do acusado ainda não ter colado grau, mas pela condição de “quase”, talvez recebesse das autoridades uma “concessão especial” de prisão especial em função do benefício da dúvida e da imensa probabilidade de equívoco… .
Porém o que vimos, é o oposto do que muito provavelmente aconteceria não fosse o “detalhe” da cor do acusado, como podemos chamar então essa diferença de tratamento ?.
E lá se foram duas semanas com a pessoa presa sem que ao menos a autoridade policial tenha “tido acesso” as imagens das câmeras que comprovariam o engano, e/ou diante das fortes evidências do engano de pessoa, tivesse a prisão relaxada, agora no final da tarde foi noticiada a libertação de Vinícius Romão, o Juiz do caso Rudi Baldi Loewenkron, da 33ª Vara Criminal. escreveu “Há indícios de autoria e da existência do crime consistentes nos termos de declarações prestadas em sede policial. No entanto, o indiciado não apresenta o perfil corriqueiro de autores de crime dessa espécie. É uma pessoa que trabalha, estuda e tem endereço fixo, além de não possuir antecedentes criminais, conforme registra o resultado da consulta feito nesta data”, (mas continuará respondendo a processo em liberdade) a decisão veio antes do delegado responsável ajuizar habeas corpus favor do ator , motivo ??? a vítima fez novo depoimento dizendo que se confundiu… “Desta vez, a vítima disse que tinha sido empurrada pelo ladrão, que estava nervosa e que o local do roubo estava escuro. Contou que olhou rapidamente para o rosto do ladrão. Afirmou ainda que, o que mais chamou sua atenção, foram a camiseta preta e o cabelo black power do criminoso. Ela foi induzida ao erro”, disse o delegado. ( fica a pergunta… “induzida” por quem ???, por que ??? e qual o motivo da pressa e falta de cuidado em esclarecer melhor a situação antes de lavrar flagrante ??? )
Agora imagine car@ leitor@, o destino de Vinicius Romão não tivesse ele as características sociais que tem e a visibilidade proporcionada pela novela e a repercussão nas redes sociais de sua prisão… .
Em tempo : Globo News faz entrevista com Delegado do caso e com o Desembargador e Professor Paulo Rangel, que explicou brilhantemente as falhas no procedimento de reconhecimento, a desnecessidade de um “flagrante” e prisão tão rápidos dado todos os elementos que poderiam inclusive ter evitado a prisão e levado Vinícius a responder ao inquérito/processo em liberdade e comentou sobre racismo institucional e cultural no sistema polícia/justiça/carcerário. (vide link abaixo).
http://globotv.globo.com/…/esse-e-um-problema…/3173431/
Republicou isso em Mamapresse comentado:
É Juarez, eu nunca ouvi falar de que uma vítima relata que um branco a assaltou e um policial pega o primeiro branco que vê e o enquadra!
Aos apressadinhos que querem condenar a testemunha que teria acusado ao jovem Vinícius Romão:
Um detetive de folga rodando com seus carro por ruas vazias, acode a uma vítima em desespero por ter perdido suas únicas posses, 10 reais e um cartão único.
Enfia a mulher no carro e sai em diligências como verdadeiro “justiceiro” em seu carro particular.
Ao encontrar o primeiro negro pergunta, foi este?
Com ajuda da PM o leva para uma delegacia que não é da área e enquadra o cara sem mais diligências ou investigações.
O delegado assume o jogo e também não ouve o Vinícius e o prende em flagrante.
Tem gente que aparece dizendo para processar a testemunha vítima que foi vítima duas vezes de um assalto e de indução para dizer alguma coisa a um policial?
Durma-se com uma polícia destas.
Com a divulgação do caso o delegado da 25ª viu que com a sua imperícia profissional, começou a destruir sua carreira, se é que tem. Simples, né?
Vão arranjar todo tipo de desculpa, menos confessarem que foram maus e preconceituosos profissionais.