Figurão do PMDB demonstra inequívocamente o pensamento central por trás das críticas a Joaquim Barbosa…
O ex-secretário Geral do PMDB de Goiás, Kid Neto, fez na noite desta segunda-feira através de sua conta no Twitter, declaração obviamente racista ao criticar o presidente do STF, Joaquim Barbosa (em função da polêmica criada em torno do episódio de apresentação de Barbosa ao Papa Francisco pela Presidente Dilma Rousseff). A postagem foi apagada não muito tempo depois a conselho de amigos twitteiros , mas já era tarde… havia sido “printada” e começou a circular na web.
A repercussão negativa se espalhou pela net e Kid Neto primeiramente tentou minimizar a coisa reconhecendo que foi “apenas uma citação levemente infeliz”, mais tarde retratou-se em várias postagens no twitter, mas não admitindo ser ou ter tido intenção racista.
O grande problema é que pela web várias reações dão ênfase somente ao fato de Kid Neto ter se referido ao ministro como “preto”, mas esse não é o real cerne, um olhar mais atento e um conhecimento mais apurado sobre relações raciais no Brasil irá detectar, que ao utilizar a expressão “age como preto”, mais que uma alusão à cor, ocorre uma subentendida atribuição de juízo de valor negativo e racista, que ultrapassa a figura do ministro e a extende de forma generalizada a todos os “pretos” , o que por sua vez ultrapassa os limites de qualquer “citação infeliz” ou mesmo da injúria com agravante racial, o que ocorreu pode perfeitamente ser enquadrado no mais direto e claro crime de racismo (de acordo com a Lei n° 7.716/89, conhecida como Lei Caó).
Essa “erupção” de racismo que aflorou em virtude da visão do dirigente sobre o episódio gerador da postagem, em geral não aparece tão claramente (modus operandi padrão do racismo brazuca ) como foi o caso, e tem o mesmo viés lógico/ideológico alimentado pela mentalidade racista, presente na cabeça de boa parte da população “branca”, porém em geral não auto-percebida ou externada .