O CIBERATIVISMO chegou, e veio para ficar…
Apesar de muita gente estar só agora percebendo o ativismo social e político praticado através da rede mundial de computadores (inclusive a classe política), ele não é exatamente “novo”, já era praticado através de grupos de discussão em listas de email, ganhou alguma força anos atrás com o surgimento das redes sociais como o já esvaziado Orkut (com seus grupos de discussão e os famosos JPEGs) e amadureceu com a chegada do Twitter (e suas famosas # / hashtags) e do facebook (que serve muito bem não apenas para campanhas virtuais, mas também organizar e mobilizar para eventos presenciais).
Porém, a consolidação está se dando mesmo é com a utilização de uma ferramenta antiga e velha conhecida da democracia, a petição pública (mais conhecida entre nós como “abaixo-assinado”), que em suas versões cibernéticas ganharam um novo fôlego e sentido.
Agumas organizações especializadas, oferecem o simples serviço de petição e sem maiores questionamentos ou posicionamentos; outros, não apenas oferecem o serviço de disponibilização de campanhas virtuais através das petições, como também acompanham e realizam a entrega e até o “Lobby” junto as instâncias de poder a quem são direcionadas, é o caso do AVaaz (que significa “voz” em várias línguas européias, do oriente médio e asiáticas ) que é uma ONG surgida no Canadá, mas que pode ser definida com TRANSNACIONAL, como o objetivo de “mobilizar pessoas de todos os países para construir uma ponte entre o mundo em que vivemos e o mundo que a maioria das pessoas querem”. Hoje o Avaaz é a maior plataforma desse tipo no mundo e conta com mais de 20 milhões de membros (participantes) que se manifestam em uma ou mais das campanhas desenvolvidas.
Para tal segundo o seu site, o faz ” Operando em 15 línguas por uma equipe profissional em quatro continentes e voluntários de todo o planeta, a comunidade Avaaz se mobiliza assinando petições, financiando campanhas de anúncios, enviando emails e telefonando para governos, organizando protestos e eventos nas ruas, tudo isso para garantir que os valores e visões da sociedade civil global informem as decisões governamentais que afetam todos nós”, importante frizar que no caso do Avaaz não há “neutralidade” ele foi criado para apoiar causas de real interesse popular e humanitário, logo, não aceita campanhas que vão em sentido contrário.
Alguns ativistas mais ortodoxos (e paradoxalmente também boa parte dos que são alvo do ciberativismo) costumam ironicamente dizer que esse é um “ATIVISMO DE SOFÁ”, os primeiros por não compreenderem direito a dinâmica da sociedade no atual estágio da era da informação em que o presencial cada vez mais perde espaço para o virtual; já os segundos, tem obviamente o intuito de tentar minimizar o valor desse tipo de ativismo que é muito mais fácil de ser realizado do que o convencional, com deslocamentos custosos, em conflito com horários de trabalho/estudo e necessidade de infraestrutura e organização (quase sempre dificultosas), ou seja, é mais fácil e tão eficiente quanto o convencional e portanto não lhes agrada.
O que é preciso ficar claro é que hoje gastamos normalmente muitas horas de nosso tempo no ciberspaço, um evento convencional como uma passeata tem o objetivo de chamar a atenção das autoridades, da imprensa e do público ainda não envolvido, clamando por atenção e solução e demonstrando que existe uma adesão popular (e teoricamente o poder emana do povo, logo a sua “voz” deve ser ouvida), antigamente isso só era possível indo para as ruas e praças, para a frente dos orgãos ou invadindo-os, enfrentando por vezes repressão pesada (gás lacrimogênio, jatos d’água, cães e cacetetes, balas de borracha e em alguns casos de verdade…), hoje, assim como o povo e a mídia estão nas ruas e as autoridades nos gabinetes, também estão todos no ciberspaço, e é possível atingir os objetivos de ambas as formas (melhor ainda se combinando as duas) .
Aliás, tanto governos e suas instâncias, como políticos mais antenados (e até a iniciativa privada), já se tornaram muito sensíveis ao ciberativismo, alguns instalando inclusive suas próprias plataformas de petições populares, um exemplo é o “We The People” (Nós o Povo) da Casa branca, em que qualquer petição com mais de 100 mil assinaturas é obrigatoriamente analisada e submetida à apreciação governamental e recebe uma resposta OFICIAL. No Brasil há projeto no Senado para que a prática da participação popular por meio de petições públicas, tenha maior força e interferência oficial direta nas decisões antes tomadas apenas pelos representantes eleitos do povo (e isso é bom porque permite que a sociedade se manifeste diretamente em questões surgidas nos intervalos entre as eleições ou quando seus representante eleitos não estão de fato representando seus interesses, ou mesmo para apoiá-los quando estão em lutas contra os adversários do socialmente interessante).
E para finalizar, se antes, para mostrar a sua insatisfação e posicionamento, você escrevia um cartaz em cartolina, faixa ou simples folha de papel e ia se aglomerar junto com centenas ou milhares de outras pessoas para ser visto, e quando não conseguia ou tinha dificuldade para ir a essas manifestações, ficava chateado(a), SEUS PROBLEMAS ACABARAM ! , surgiu a PASSEATA ONLINE, você manda a sua foto segurando o cartaz para a página/grupo da campanha e todo mundo (inclusive quem você deseja pressionar) vai ver… , Ó que legal …. 🙂 : http://www.facebook.com/pages/Feliciano-N%C3%A3o-Me-Representa/252153391588919?ref=ts&fref=ts
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