O fim da era Chávez
Repercute pelo mundo a notícia da morte do Presidente Venezuelano Hugo Chávez.
A figura de Chávez despertou ao longo de sua vida política, reações das mais variadas, ódios e paixões; polêmico, por vezes caricato como um ator canastrão, outras firme como convém a um estadista, passando por momentos de rompantes e humores inusitados, para em seguida surgir como uma pessoa simples praticamente idolatrada junto ao seu “povão”, ou em demonstrações típicas dos grandes líderes com mão de ferro…, um “popstar” que vestia o uniforme militar para demonstrar força e altivez para multidões, mas também capaz de explorar midiaticamente (e muito bem) a imagem de homem “sacrificado” e fragilizado pela doença, esse era Hugo Chávez, “amigo” de Ditadores, mas também de líderes democráticos reconhecidos mundialmente como o ex-Presidente Lula; “Anti-americanista”, um socialista paradoxalmente religioso, repreendido por reis, golpista e golpeado, “ditador”??? técnicamente não…, já que apesar das manipulações constitucionais (e não vou nem entrar na discussão se também por possíveis manipulações eleitorais) foi sempre oficialmente eleito diretamente por seu povo, e não se pode dizer nem que sem oposição, já que ela existe e é forte o suficiente para ameaçar a hegemonia conquistada pelo chavismo.
Nossos vizinhos venezuelanos encontram-se agora em um momento crucial de sua história, unidos na incerteza e divididos nas expectativas, uma parte lamentando a morte de “El Comandante” e desejando a continuidade do grande e inquestionável avanço social das camadas tradicionalmente mais pobres da população trazidos pela incompleta “Revolução Bolivariana” iniciada por Chávez, e outra parte talvez “aliviada” com o desaparecimento físico da sua personalidade carismática e antevendo uma possibilidade de equilíbrio e soerguimento econômico do país como um todo (e também de algumas liberdades típicas de economias não socialistas), área que também inquestionavelmente foi muito afetada negativamente na era Chávez.
Na realidade a Venezuela agora vive uma crise, e como todos sabem crises são também excelentes geradoras de oportunidades.
Tive a oportunidade de estar na Venezuela, ver e sentir essas antagônicas expectativas ainda no já antevisto finalzinho da era Chávez, pessoalmente penso que seria muito bom para nossos “hermanitos” de Venezuela se os avanços sociais da era Chávez pudessem se agregar harmonicamente à um estabelecimento (ou (re)) de práticas (propostas pela oposição) necessárias para que um país que possui tantos recursos naturais, volte a crescer econômicamente e se integrar de forma justa à nova ordem mundial e regional; relembrando Chavez “- ALCA, Alca ??? Alca al Carajo !!!” :-); pois é…, com ou sem Chávez, afinal agora somos todos Mercosul… ou não ? ( e a PresidentA Dilma, declarou luto oficial de 3 dias).
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