O triste fim do Museu de Ciências Naturais da Amazônia
O Museu de Ciências Naturais da Amazônia era o único museu “privado” do Brasil (pelo menos no gênero), as aspas no privado são para indicar que era obra e responsabilidade de um cidadão (o imigrante japonês SHOJI HASHIMOTO) e não de alguma instituição ou fundação governamental ou mesmo de alguma poderosa fundação ou ONG nacional ou estrangeira, não obstante tivesse o acesso público mediante pagamento de ingresso (além do óbvio interesse e benefício público).
Lembro de ter visitado uns bons anos atrás o museu, antes de que entrasse em uma crise de lenta agonia, fiquei maravilhado com o que tinha por lá, uma grande coleção de espécimes amazônicos vivos ou “empalhados”/conservados.
O museu continha :
Área | 2 hectares (em anexo 3,5 hectares de bosque natural) |
Área Construída | 600m² |
Exibição | Mais de 120 espécimes de peixes 1 aquário de 200t (com exemplares vivos de pirarucu) 6 aquários de 2t Mais de 120 espécimes de insetos Mais de 50 itens de outros espécimes Fonte (site do museu) |
Após uma saga de clara e inexplicável perseguição (vide link no final do texto) e entraves burocráticos (que talvez fossem mais corretamente definidos como BURROCRÁTICOS); enfim hoje a notícia na imprensa local deu conta que todo o acervo do museu está/será “fatiado” e distribuido entre três instituições da cidade entre elas : O CIGS – CENTRO DE INSTRUÇÃO DE GUERRA NA SELVA (unidade do Exército que possui um zoológico regional) e o INPA – INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA (esse último que estranhamente nunca dispôs (ou ao menos expôs) acervo semelhante e tão interessante, mesmo sendo um “centro de excelência” em pesquisa da região…) .
Fica a pergunta: qual é o problema com o poder público que se quisesse poderia muito bem ter encontrado formas de contornar as dificuldades burocráticas, firmado parceria público privada ou em última instância encampado integralmente a manutenção do museu como era ? .
Quem perde com tudo isso ? um homem abnegado e seus colaboradores próximos, o próprio estado (ao perder uma de suas atrações turísticas) os turistas em visita ao estado, estudantes, famílias, enfim uma sociedade toda…
Uma história triste com um enredo intrincado vide um relato estarrecedor .