O fim da novela, as diferenças culturais e o Cadinho…
Ontem encerrou a novela “Avenida Brasil” que entre tantas tramas paralelas teve uma que gerou muita polêmica; entre o humor generalizado, “a inveja” de uns e a “indignação” de outras, o brasileiro teve contato com uma realidade super comum em vários países (a poligamia) inclusive de figuras como presidentes da república, mas que teve tanta repercussão no Brasil simplesmente pelas diferenças culturais.
A poligamia é na realidade uma natural e antiga forma de estruturação familiar (inclusive em relatos bíblicos do antigo testamento), mantida até hoje e principalmente fora do eixo cultural eurocêntrico-judaico-cristão (exceção para os antigos mórmons e alguns contemporâneos, veja como exemplo a famosa série de TV norte-americana BIG LOVE ); na poligamia existe o estabelecimento de uma relação múltipla oficial e socialmente assumida, com regras rígidas (ou seja CASAMENTO com todas as suas implicações), diferentemente do AMANTISMO (relações afetivo-amorosas múltiplas e concorrentes em geral sem “consentimento/conhecimento” de todos envolvidos, divididos em relacionamentos primários [casamento ou relação socialmente assumida] e secundários [concubinato ou relação socialmente “escondida”], na maioria das vezes com desdobramentos sociais desastrosos, praticado LARGA e HIPOCRITAMENTE em toda cultura ocidental).
O personagem CADINHO, era na realidade um POLÍGAMO, não um AMANTISTA, pois era um cara “familiar” um “provedor múltiplo”, que apesar de visto por muitos espectadores como um simples mulherengo, na realidade era um cara legal, ” fiel” (termo que quer dizer constante e leal, não exclusivo), bom marido, bom pai e limitado as mulheres e famílias que estabeleceu, seu grande “pecado” foi fazer parte de uma sociedade em que isso não é “permitido”, Cadinho era na verdade um SUBVERSIVO um INSURGENTE contra a opressão e engessamento social pregado pelo sistema ocidental e introjetado na mente e modo de ser de homens e mulheres mentalmente colonizados pela cultura judaico-cristã.
Ainda bem que entre as reclamações, indignação e “revolta” de mulheres cujas mentes foram completamente colonizadas pelas falaciosas premissas de que só é possível o “amor exclusivo” tipo um-para-uma e vice-versa, venceu a felicidade…, aquela que as três mulheres do Cadinho souberam reconhecer no seu sincero amor múltiplo e compartilhado, pois afinal como diria o poeta : ” Toda forma de amor vale a pena” .
Abaixo uma família poligâmica de verdade: