29 de março de 2024

Cultura religiosa: As religiões de matrizes africanas, tirando as dúvidas básicas.

É muito comum para as pessoas de outras religiões, sem religião ou mesmo as que já tiveram algum contato com a  religiosidade de matriz africana em suas várias formas, dúvidas e equívocos sobre o tema. A ideia desse  post é sem proselitismo qualquer, tentar reduzir essas dúvidas e esclarecer sobre essa parcela da cultura/religiosidade brasileira, para muitos misteriosa e mal compreendida.

Para ficar mais direto, leve e um pouco diferente dos artigos que temos por ai, vou fazer em formato de F.A.Q (Frequentelly Asked Questions / Questões frequentemente perguntadas), formato com  o qual os internautas estão muito familiarizados.

  • O QUE QUER DIZER  RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS ? :  Significa que a cosmovisão base (fundamentos) ou parcela dela, vem de cultos de origem africana, lá praticados desde a antiguidade e introduzidos no Brasil com adaptações pelos escravizados africanos e descendentes destes.
  • QUAIS SÃO ESSAS RELIGIÕES ? :  São várias, com origens em diversas partes da África e relacionadas diretamente com cada grande grupo étnico (Nação)  introduzido no Brasil, no caso as religiões que mantiveram maior proximidade com as originais ( trajes, uso das línguas africanas nos cantos e rituais, referência apenas às divindades africanas, costumes, etc…), são agrupadas genericamente sob a denominação de CANDOMBLÉ DE NAÇÃO (e obviamente são várias nações distintas, como KETO/NAGÔ, BANTU, JEJE, MINA) ou simplesmente Candomblé. Já nos casos em que houve um maior sincretismo, redução dos elementos africanos e acréscimo de elementos ocidentais vindos do catolicismo e kardecismo (além de elementos indígenas como a Jurema e o Catimbó), cânticos e rituais em português,  passaram a ser agrupadas genericamente sob a denominação de UMBANDA . Há ainda variações criadas a partir da mescla de Candomblé e Umbanda como o  OMOLOCÔ, ou segmentações independentes como o TAMBOR DE MINA, XANGÔ (PE), o BATUQUE (RS), muito próximos dos Candomblés de Nação, ou a QUIMBANDA (culto dos exus)  que está muito mais relacionada com a UMBANDA.
  • O QUE SÃO ORIXÁS ? : São as divindades do panteão Yorubá do Candomblé (um dos grupos étnicos africanos trazidos para o Brasil com o trafico negreiro, também conhecidos como NAGÔS  ou  povo KETO ou KETU).  No Brasil são mais conhecidos e popularizados que as divindades das nações BANTU (Angola) ou  MINA e  JEJE (costa da Mina , Benin e região),  são eles :  Nanã, Omolú, Oxumarê, Oxalá, Exú, Ogun, Oxóssi, Yemanjá, Iansã, Oxum, Obá ,Ewá, Xangô, Logun Edé, Ossain, Ibeji, Irôko. Na África eram cultuados mais de 200 Orixás, no Brasil esse número reduziu-se a 16, cada Orixá está ligado a uma força da natureza / vida e a sua energia é chamada de AXÉ .
  • POR QUE MUITA GENTE CHAMA INDISTINTAMENTE ISSO TUDO DE MACUMBA ? :  Na realidade MACUMBA era o nome de um instrumento musical rústico utilizado em festas familiares  junto com outros instrumentos como atabaques e tambores pela população mais pobre (majoritariamente ex-escravos ou descedente de escravos ) na época da  passagem do Brasil Império para República.  Por tal, MACUMBA  ou MACUMBINHA era também um sinônimo de “festa em casa”, porém como havia repressão e muito preconceito contra as reuniões afroreligiosas (na época feitas nos terreiros das casas ).  Ao convidar alguém para uma festa/reunião afroreligiosa as pessoas  não citavam isso em público,  apenas convidavam as outras para uma “MACUMBA” ou “MACUMBINHA”  lá em casa…, o que era perfeitamente entendido dependendo de quem convidava e era convidado… . Surgiu dai o termo hoje corrente, MACUMBA e obviamente MACUMBEIROS é entendido como tudo que tem a ver com batuques e oferendas das religiões de matrizes africanas. Apesar de serem muito utilizados de forma depreciativa pelos que discriminam as religiões “afro”, o uso dos termos  e auto-denominação entre os adeptos é comum e encarada por muitos de forma afirmativa (orgulho/ não-vergonha).
  • CANDOMBLÉ E UMBANDA SÃO SINÔNIMOS ?:  Conforme a explicação inicial, obviamente não, Candomblé é um conjunto de religiões de origem africana que conservam grandemente suas características originais como rituais, costumes, língua utilizada nos cânticos  e culto à divindades exclusivamente africanas (ORIXÁS, VODUNS ou INKICES dependendo da “nação”).  Já a UMBANDA é uma religião genuinamente brasileira nascida em Niterói em 1907 e reúne  além de parte dos elementos do candomblé também elementos do kardecismo, catolicismo e espiritualidade indígena, o português é a lingua utilizada majoritariamente na UMBANDA, nela apesar de se cultuar também  sete dos orixás do Candomblé e dos trajes africanizados, diferentemente há culto também à ENTIDADES  como pomba-giras (corruptela de bombogira), exús, boideiros, marinheiros, caboclos e pretos velhos (todos inexistentes nos Candomblés de Nação).
  • AS RELIGIÕES AFRO SÃO SATÂNICAS ?, CULTUAM DEMÔNIOS ? :  Apesar das várias interpretações discordantes sobre o que venha de fato a ser satanismo e de sua relação com a figura de  Satan, Lúcifer ou Diabo (entre outros nomes), tudo isso faz parte de uma cosmovisão ocidental de base judaico-cristã, não tem nada a ver com a cosmovisão africana (onde não se crê em inferno, muito menos em diabo…). Sendo assim essa “acusação” e “demonização” que se faz das religiões de matrizes africanas (principalmente do Candomblé que não tem qualquer base ocidental/cristã) é falsa e injusta. As divindades africanas cultuadas são basicamente representações das energias da natureza, energias que influenciam na vida das pessoas e podem ser “manipuladas” para o bem mas também para o mal.  Só que isso é uma questão da  ética das pessoas que manipulam ou solicitam manipulação, não das energias (que em tese são amorais),  seria como dizer que a energia atômica “é do mal” pois pode adoecer e matar, quando na realidade pode também curar e facilitar a vida…, dependente de quem manipula e  de sua intenção, não da energia em si, “o mal”  e “o bem” está nas pessoas…, algumas vão rezar para “mil cairem à sua direita”, outras vão matar “em nome de cristo”, algumas vão fazer “trabalho” para prejudicar algum desafeto…, outras vão pedir e usar tudo isso  pelo próprio bem e da humanidade… .
  • AS ENTIDADES DA UMBANDA SÃO DEMÔNIOS ? : Na Umbanda se cultuam alguns Orixás (divindades africanas, forças da natureza que decididamente não são demônios) e “entidades ” que segundo a crença são pessoas “desencarnadas” que já viveram normalmente na terra, se manifestam como caboclos, pombas-giras, pretos velhos, ciganos, etc… (e também não são “demônios”) . Outros são encantados e elementais (seres místicos da natureza e em geral amorais ), que podem ser acessados para interferir nas vidas das pessoas, ou interferem sem solicitação; como a Umbanda tem base também kardecista e indígena, se crê que haja entre esses, espíritos desorientados ou essencialmente malignos que podem agir negativamente sobre as pessoas. Com o tempo e incremento de outras crenças e filosofias esotéricas, com planos e dimensões astrais,  passou-se a crer também em seres de “dimensões inferiores” cujo aspecto e trato se confundiria com a descrição de “monstros” e “seres infernais”, propensos ao mal  e que poderiam ser utilizados em “negativações” ou “trabalhos anti-éticos”. Isso porém já seria objeto de uma “outra linha”  da Umbanda, chamada de linha de esquerda ou dos KIUMBAS (que por vezes tentam e conseguem se  manifestar se passando falsamente por exus da umbanda).
  • OS TRAJES E SÍMBOLOS DE UMBANDA E CANDOMBLÉ SÃO IGUAIS ? :    Não é difícil mesmo para iniciantes com alguma estrada se confundir, afinal parte da Umbanda vem do Candomblé  e por isso algumas coisas são muito parecidas, como a roupa ao estilo “baiana”, os colares (guias e fios de contas) , “turbantes” e acessórios, a dança em roda , o som dos tambores… .  Porém com o tempo já se consegue distinguir perfeitamente uma coisa da outra , ex. roupas de baiana coloridas é só na Umbanda, imagens de santos católicos misturadas com índios (caboclos) e pretos velhos é da Umbanda, cânticos (pontos) em português é da Umbanda, roupas rituais “ocidentalizadas” com sapatos brancos ou de salto, chapéus, cocares, ciganas, boiaderos, marinheiros etc… é de Umbanda . No Candomblé as roupas são mais africanizadas e geralmente brancas e simples (exceção para as vestimentas dos Orixás que são bem diferentes mas também muito africanizadas).
  • UMBANDA E CANDOMBLÉ  PODEM OCORRER JUNTOS EM UM MESMO LUGAR ?:  Existem casas (Ylês/Terreiros/ etc…) em que se pratica as duas religiões (aqui no norte por exemplo isso é muito comum), só que os eventos ocorrem em dias e horários separados. Em um Candomblé jamais se manifestam entidades da Umbanda, apenas Orixás, Voduns ou  Nkices (le-se Inkices)  isso dependendo da nação. Porém em grandes festas pode ocorrer de se realizar o xirê do Candomblé (roda em homenagem aos Orixás) com as devidas manifestações exclusivas do Candomblé, uma vez encerradas, se dá início a uma nova festa na sequência (ai sim de Umbanda). Existem também casas onde só ocorre Candomblé e outras onde só ocorre Umbanda.
  • ORIXÁS E CABOCLOS “BAIXAM” E AGEM INDISTINTAMENTE ?:  Talvez essa seja a forma mais fácil do leigo diferenciar Candomblé de Umbanda, os ORIXÁS, VODUNS e INKICES do Candomblé não falam, não bebem, não fumam, não dão consulta, não abrem os olhos…, basicamente eles “baixam” mediante “solicitação” (com sucesso apenas nas pessoas já iniciadas) dançam e distribuem o seu AXÉ (força vital ) que pode ser através de um simples abraço, depois disso voltam para o ÓRUM (outro mundo) .  Já as entidades da Umbanda (entre elas os caboclos)  “baixam” no médium (que não precisa ser iniciado) , se manifestam como pessoas, falam, dançam, riem,  bebem, fumam, dão “passes” , consultas, enfim… interagem. Diferentemente dos Orixás, os Caboclos, Pomba-giras, etc.., podem se manifestar nos médiuns nos locais e horários mais inusitados e  sem “solicitação”, em alguns casos KIUMBAS (espíritos malignos) se fazendo passar por exus, vem “dar uma voltinha” nesse plano, não raro colocando os seus “cavalos” (médiuns) em situações constrangedoras.
  • O QUE SÃO OS “TRABALHOS” ? :  Basicamente são “limpezas” e  “oferendas” que se fazem para equilibrar as energias espirituais que regem a vida da própria pessoa ou de outra, vão desde simples banhos preparados com ervas , passando por rituais de ” limpeza”  mais completos (EBÓS)  a oferendas simples para se manter as energias positivadas  ou oferendas complexas que envolvem rituais, “comidas de santo”, sacrifício animal… . Os “trabalhos” são diferentes no Candomblé e na Umbanda (que em geral não tem sacrifício animal), em princípio os trabalhos são manipulações de energia para o bem, auto-proteção, caminhos abertos, saúde, prosperidade, etc… . Há porém quem faça a manipulação de energia para o mal dos outros ou para seus interesses próprios mesquinhos e antiéticos, o tipo de trabalho reflete o caráter da pessoa que o solicita/realiza. Os “despachos”  que normalmente são vistos nas encruzilhadas, do tipo galinha preta com farofa, etc…, são em geral feitos pelo pessoal  de linha “esquerda” da Umbanda, é comum também a utilização de matas e cachoeiras.
  • ORÁCULOS DE UMBANDA E CANDOMBLÉ SÃO OS MESMOS ? : Não, a “leitura” da situação de energia espiritual e “destinos”  é feita por elementos distintos, enquanto no Candomblé apenas se joga búzios (conchas) ou  se traça o ODU (uma forma de “numerologia dos Orixás”) . Na Umbanda se utiliza um sem número de oráculos “importados” de outras culturas, como o baralho cigano, o tarot, o transe mediúnico e as “consultas” dadas pelas entidades.

 

  • INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, O QUE É ? : É uma atitude de hostilização, incompreensão e falta de respeito para com as práticas religiosas que não as próprias…, em grande parte por falta de conhecimento sobre as outras prática, em outra por uma introjeção mental a partir dos valores civilizatórios majoritários em dada sociedade que rechaça e inferioriza as manifestações de grupos minoritários (não necessariamente em quantidade, mas em poder econômico e social) . A constituição brasileira, garante a liberdade de culto e crença. além da liberdade de expressão (o que não significa que tal “liberdade” possa ser utilizada para atacar a liberdade  e a crença de outros), mais recentemente a discriminação religiosa se tornou crime através da lei caó que diz:

“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.  [..]  

 Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.  Pena: reclusão de um a três anos e multa.

Do mesmo modo o ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL (LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.), faz defesa expressa do direito a não discriminação das religiões de matrizes africanas :

“Art. 23.  É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Art. 24.  O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:

I – a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;[..]

Art. 26.  O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de:

I – coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas;

Bom, esse é o “básico do básico”,  e não pretende ser unânime, eventualmente alguém pode discordar de algo exposto. Dependendo do interesse e da disposição, teremos em breve uma parte II , comentários e dúvidas, exclusivamente nos comments do blog não do facebook.

Sobre o autor

0 thoughts on “Cultura religiosa: As religiões de matrizes africanas, tirando as dúvidas básicas.

  1. Olá, gostei muito do blog. Lembrei da Aline, da Cidade das Pirâmides que em seu programa( http://www.deolhonomundo.com ) disse: “Entidades são nossas identidades ligadas aos seres da natureza, Orixás e Raios por sintonia de vibração”. Vejam o programa acho que vão gostar é muito educativo também! Abçs

    1. Richard, na realidade o que chamamos genericamente de Candomblé, são religiões afro distintas (pelo menos 4 grandes nações, KETO (Iorubá), ANGOLA (Bantu), MINA (Fon) e JEJE (Ewe) ); não contando a Umbanda que apesar de conter elementos do candomblé e vestimentas que podem ser confundidas,é muito diferente.

      No candomblé as vestimentas refletem uma hierarquia, as dos não-iniciados (Abyans) ou dos recém-iniciados(yaôs) é em geral simples e branca com detalhes como panos de costa e ojás de cabeça (tipo de turbante para as mulheres), as dos sacerdotes (as das sacerdotisas parecem a tradicional roupa de baiana do acarajé) em geral contam com mais adereços e em alguns casos podem ser trajes típicos africanos bem elegantes e coloridos, já para quem “recebe o santo (orixás, inkices ou voduns dependendendo da nação)” a vestimenta é a uma rica vestimenta africana característica de acordo com o orixá recebido. Ah! há roupas de dia-a-dia ( chamada roupa de ração) e roupas mais elaboradas para dias de festa. Para ter uma ideia ver algumas imagens : http://www.floraxango.com.br/roupas.htm .

    1. Poxa gostei muito, texto muito bem trabalhado, e conteúdo muito interessante, mas sou suspeita porque sou extremamente fascinada por esse tema. Parabéns pelo blog.

  2. Tais informações são necessárias para q possamos conhecer mais um universo desconhecido de nossa cultura e nossa realidade. Inegavelmente fazem parte de nosso cotidiano. Sou educadora e afirmo a frequente afirmação das religiões de matriz africana em nossas escolas. São nossos alunos que nos trazem esse universo tão rico e necessário para compreensão de nossa sociedade;

    1. Pois é professora…, mas ainda há um grande caminho a percorrer, muita gente ainda não entende a diferença entre doutrinação e cultura religiosa, conhecer (mesmo que superficialmente) características e a filosofia das diversas cosmovisões humanas, não faz mal algum, pelo contrário amplia a cultura e o humanismo de cada um, e não tem nada a ver com proselitismo e doutrinação, porém ainda enfrentamos a ignorância e intolerância de muitos… que paradoxalmente com proselitismo ativista não perdem oportunidade de tentar doutrinar os que não comungam de sua fé e ainda se julgam no direito de discriminar…, vide : Alunos evangélicos se recusam a fazer trabalho sobre Cultura afro-brasileira

  3. Boa noite !!! sou Ronaldo de São Bernardo do Campo, sou umbandista ! gostei muito do blog! gostaria de pedir sua permissão para copiar algumas anotação do seu blog que vai servir de estudo para mim e o meu grupo de estudo muito bom o que eu li !!!! desde já muito obrigado !!!!!!!

  4. Juarez, muito valiosa sua contribuição. Quero pedir-lhe permissão para utilizar alguns esclarecimentos seus para colocar num catalogo de fotos que estou produzindo e que vai circular nas escolas do município de Uberlândia.

  5. Boa noite !!! Juarez !!! Sou Ronaldo ! de SBC!!! O irmão ! O nos dirigente de uma missão para o grupo de estudo, mas não está faceio não faço idea onde procurar mas ! quem saber você pode nos ajudar !! gostaria de saber se você tem algum conhecimento sobre !( Sigbi ) é uma reza em orubá ! significa reza do toco !!!!! desde já muito Obrigado Juarez ! meu mail.. pula.rg@hotmail.com ! muito obrigado viu !!!!!!

  6. parabéns muito valiosa esse trabalho, vai ser de muita contribuição mim, sou estudante iniciante das religiões africanas, em especial a Umbanda e fiquei estigado para descubrir mais coisas.

  7. Achei incrível esse resumos de alguns dos principais tópicos das religiões de matriz africana. Estou realizando pesquisas para o meu Trabalho de Conclusão de Curso e fiquei bem feliz em encontrar este material. Adoraria poder ler mais, caso tenha alguns sites ou livros para me indicar, ficaria muito grato.

    Todavia, parabéns pela iniciativa. Muito axé!

    1. Na realidade Joe a palavra não tem uso dentro do contexto religioso em si, serve sobretudo para referenciar as origens da religião, no caso a sua “matriz”, ou seja, de onde ela deriva, pode ser uma referência geográfica ou de filiação direta a uma religião ancestral, por exemplo a religiões cristãs tem matriz judáica, outras como a “Hare Krishna” matriz Védica (baseada nos livros dos Vedas indianos), no caso das religiões afrobrasileiras a matriz é vasta, tendo como base diversos cultos africanos de diferentes partes do continente, dai só se utilizar a generalização “matriz africana”, o que não quer dizer que só tenha essa origem, a Umbanda por exemplo tem matriz africana como principal linha, mas influências outras como cristianismo, kardecismo e cultos de origem indígena.

  8. Boa Tarde, Juarez.
    Gostei muito das explicações. Eu tive a oportunidade de conhecer um africano ( nascido no sul da Africa). Ele me disse que recebia espirito de marinheiro, sereia era pai de santo algo do tipo. As costas dele tem varias marcar de sacrifício. Gostaria de saber o que seria espirito Mankoya.

    1. Olá Priscila, grato pela leitura e comentário. Quanto a espírito Mankoya nunca ouvi falar, fiz uma pesquisa rápide e descobri que é o nome de uma localidade na Zâmbia, na África os cultos a divindades, e ancestrais normalmente são feitos por cidades, ou seja, diferente do brasileiro Candomblé cujos templos fazem culto à vários Orixás, Inkices ou Voduns no mesmo local e sessão, por lá cada cidade tem suas próprias divindades e a elas cultuam quase com exclusividade. Sendo assim imagino ser algo bem específico da localidade de Mankoya. A Zâmbia de fato fica na África austral (sul do continente) e separa Angola de Moçambique, em Moçambique os cultos tradicionais são raros, em Angola ainda há bastante, pela proximidade pode ser que tenha alguma relação ou proximidade com a Nação Bantu do Candomblé (origem angolana) que cultua Inkices e entidades.

  9. Sou cristão, adventista do sétimo dia, e já tive contato com a umbanda por um curto período de tempo. Muitas seções, trabalhos com plantas e oferendas vegetais fizemos em nossa casa, em rios, terreiros, enfim, mas o curso da minha história me levou ao cristianismo.
    Por ter tido esse contato e ter conhecido pessoas estritamente do bem nesse grupo, considero inadmissível a intolerância religiosa, uma porque tenho amigos ateus e de religiões afro que são verdadeiros exemplos de conduta social, amor ao próximo, etc, que se comparadas a muitos desses cristãos intolerantes dão um banho de decência, sem dúvida alguma.
    Mas por vezes tenho estado em meio a discussões intolerantes, onde vejo irmãos cristãos atacarem os irmãos das religiões afro, no aspecto de generalização de que “tudo é macumba, tudo é o diabo”. Sei que definitivamente não o é.
    Por isso, até este dia, estava buscado entender a diferença entre o bem e o mal dentro das religiões afro, pois, como disse, meu contato foi de curta duração, para que quando surgissem as oportunidades de falar sobre esse assunto para um cristão intolerante, eu pudesse expor com franqueza o que esse seu artigo me trouxe: compreensão. Fazer valer a separação entre pessoa, religião e conduta pessoal. O bem é o bem em qualquer lugar, e o mal também o é em qualquer lugar.
    Gostei muito da leitura, parabéns pelo texto.

    1. Bom Claudiene, isso vai depender de cada culto… se Umbanda ou se Candomblé,dependendo no segundo caso ainda da nação. Basicamente as cores são associadas ao tipo de energia que se pretende atrair ou utilizar, por exemplo velas vermelhas e/ou pretas,amarelas, brancas, azuis, verdes…, idem em flores, fitas, roupas, etc… . Em geral também se associam às entidades ou divindades(Orixás, Nkices ou Voduns). O branco é cor básica para roupas tanto na Umbanda quanto no Candomblé, está ligada aos Orixás Fun-fun, como Oxalá, sincretizado na Umbanda com Jesus Cristo, cada Orixá/Nkice/Vodun tem uma cor associada assim como um dia da semana. O dia de Oxalá é sexta-feira, dai a tradição de usar branco nesse dia.

  10. Boa tarde, Juarez!
    Estou curiosa onde moro tem um centro de Umbanda onde tocam atabaques, recebem pombas giras, ciganos e etc. E percebi que colocaram uma placa na entrada com o nome ” Emanuel da Paz” achei estranho. Porque já vi esse nome em um Centro Espírita. é isso mesmo, está certo?

    1. Não está errado Marinalva, é muito comum casas de Umbanda se nominarem como “Centros” ou “Tendas” Espíritas ou nomes relacionados. Afinal a Umbanda surge no Brasil em 1908 como um dissidência do Kardecismo, ou seja, espírita e cristã…, mas antiracista, pois foi criada para admitir a incorporação de espíritos de pretos e índios como trabalhadores de luz, já que os espíritas da época reproduzindo o racismo e preconceito contra os vivos o estendia para os espíritos dos mortos…. incorporando ao longo do tempo, elementos dos cultos africanos e o catimbó e jurema indígenas e até de povos do oriente. História aqui : http://www.juntosnocandomble.com.br/2013/01/umbanda-e-sua-historia-completa.html?m=1

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