Quase aniversário de uma nova agressão
“Atirei no que vi e acertei no que não vi”, completamente estarrecido com o que encontrei agora e por acaso.
Ao passar por um grupo no facebook, me deparei com uma situação que me fez buscar no google uma referência de problema passado, acabei encontrando um absurso ainda maior que o antigo e já quase esquecido problema…, leia o texto na imagem abaixo (um print de post no Blog do Simão Pessoa, publicado há quase um ano e que só agora tomei conhecimento) , após a imagem meus comentários.
Vamos lá :
1- Não fui nem parte no processo movido pelo Dr. Waldemir da Silva (não Valdemar como consta no texto, um velho conhecido, Advogado e também negro) . Para dizer a verdade nem sabia desse processo…, lembro apenas que na época do fato gerador da indignação geral em pessoas dos movimentos negros locais e a eles ligados (uma matéria deselegante no Jornal Correio Amazonense) . O Waldemir me disse que ele entraria pessoalmente com uma ação contra o jornalista e o jornal, nunca mais tive notícias sobre isso (até ler esse absurdo post). Porém, insana e desrespeitosamente eu fui o principal atacado na postagem. Apenas para esclarecer sobre o começo dessa pendenga, segue o comentário feito no jornal anos atrás: dia 30 de agosto de 2005 , no “Correio Amazonense” coluna “Boca do Inferno” do “Jornalista” Simão Pessoa.
“MELANINA”
“ESSA TURMA DE AFRO-DESCENDENTES QUE APORTOU EM MANAUS HÁ DEZ , DOZE ANOS, JÁ COMEÇOU A FAZER ECA”. AGORA, ELES QUEREM MELAR O DIA DO CABOCLO, QUE ESTÁ SENDO DISCUTIDO NA CMM, COM O ARGUMENTO SINGELO DE QUE SÓ EXISTEM TRÊS RAÇAS NO PAÍS: BRANCOS, NEGROS E ÍNDIOS. O RESTO, SEGUNDO ELES, É PRODUTO DO FACISMO.
FACISMO?! PÔ VÃO SER RADICAIS (E DESINFORMADOS) ASSIM LÁ NA ÁFRICA. EU SOU PARDO, MEU NEGO, E EXIJO O DIA DA CABOCADA! CHEGA DE HUMOR NEGRO!”“.
Isso foi copiado literalmente do recorte de jornal, inclusive com a grafia errada da palavra fascismo duas vezes repetida… .
Para entender toda a questão envolvida seria necessário 3 posts, mas em síntese, o jornalista que não entende nada do assunto nem do que de fato estava se passando, “pegou o bonde andando” e mal orientado ou desorientado resolveu “dar pitaco errado” e de forma brusca e desnecessariamente ofensiva como visto acima . Esse deselegante, ao qual em todas as minhas manifestações contrárias às suas idéias e publicações sempre tratei respeitosamente por Sr. (o que passo a dispensar), sem ataques pessoais, mas sim de forma firme contra seus posicionamentos (ora racistas, ora sexistas, ora regionalistas/bairristas, ora homofóbicos, mas sempre destemperados). Há tempos o referido dá bem o tom de quem de fato é … (apesar dos amigos de longa data, o acharem um “cara legal” apenas um tanto “escrachado e ferino”, tudo tem limite…, isso não dá o direito a ninguém de ser tosco , rude e até criminoso com quem não ri e discorda de suas “gracinhas” e opiniões ).
2- Não sei o que o Ronaldo Tiradentes foi fazer dentro de um processo por racismo (talvez por na época ser o representante legal pelo Jornal) . De minha parte sempre mantive uma boa relação com ele, já me entrevistou em seu programa de rádio anos atrás, nos tratamos com cortesia nos “esbarramentos” eventuais, trocamos comentários via blog e somos até “amigos” no facebook, enfim, nenhum problema com ele . A “mentalidade racista” (involuntária e nem sempre percebida) é uma praga incutida por séculos de construção preconceituosa na cabeça de praticamente todos os brasileiros “brancos” (ou que se acham não-negros), muitas dessas pessoas tentam de boa-fé eliminá-la ou ao menos policiá-la (penso ser o caso do Ronaldo e um monte de gente boa) mas infelizmente alguns de seus velhos camaradas carecem de uma “boca menos infernal”… .
3- A impunidade culturalmente arraigada que cerca o racismo (nem sempre tão velado) brasileiro, em que há uma forte resistência e “dificuldade” em enxergar racismo, injúria racial ou intolerância por mais óbvia que ela seja…, faz com que os racistas dissimulados (que não conseguem resistir a expor sua real mentalidade nos detalhes de seus posicionamentos e nos momentos de contrariedade) se sintam à vontade para cada vez mais avançarem em sua práticas nefastas. Porém acredito na Justiça e sei que mais cedo ou mais tarde , a ” sorte” desses que se sentem “intocáveis” acaba… . Por falar nisso…, vamos “testar” a sorte desse incorrigível agressor (e agora é comigo…, bons Advogados habilitem-se, basta saber o conceito de Injúria Racial ou Qualificada (Atribuição de qualidade negativa à determinada vítima que seja ofensiva à honra subjetiva e que esteja constituída de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem ), conhecer o Art. 140. §3º do CP , e conseguir sem muita dificuldade expor que a frase “ignorante afro-pretinho fascista e analfabeto da marca dele” entre outras como “o apedeuta afro-crioulinho entrou pela porta de serviço” contém absoluta e inescusavelmente TODOS os elementos para a configuração do crime. Ah ! e é bom conhecer também sobre danos morais, pois obviamente, o abalo moral que sinto agora, enseja também processo civel… ).
” É possível enganar a todos por algum tempo, alguns por muito tempo, mas não todos o tempo todo…” .
Como disse no texto, escapar de uma condenação é “sorte”, mas “sorte” não dura para sempre…, um dia “a casa cai ” ( e caiu) para estes aqui: http://www.afropress.com/noticiasLer.asp?id=2944
Bom,é realmente impressionante o que as pessoas acham que as faz diferentes dos demais…incapazes de perceber o que realmente é cultura,o que é cultural e o que é realidade,e principalmente o que é ser humano e o que o sentido da palavra humanidade realmente representa no contexto do planeta terra…no contexto de cada ser humano.Usar palavras agressivas para justificar a própria incompetência como esta colocado nesta matéria que sequer de longe traz no seu contexto alguma realidade e principalmente da cultura de um povo é simplesmente escrever embaixo e assinado em letras garrafais a própria incapacidade de gerir qualquer coisa dentro da nossa conturbada raça humana,o que ao invés de acrescentar,tira cada vez mais o crescimento cultural,trazendo ódios,diferenças dentre tantas coisas que toda a sociedade já está pra la de cansada de aturar de pessoas que se dizem a favor desta mesma sociedade.
Aí Juarez,parabéns pela sua resposta,especialmente pela sua polidez em saber ser tudo o que o orgulho da sua raça lhe traz,bem diferente de tantos…
Já haviam me falado sobre o racismo desse tal “movimento de mestiço” ou “movimento de caboclo” que tem aí no Amazonas. É meia dúzia de “lobos em pele de cordeiro”, que são os verdadeiros racistas, pois utilizam-se do pretexto de estar defendendo uma ilusória identidade de “mestiço” ou de “caboclo” para dizer que a ‘negritude não tem lugar no Brasil’.
Só não sabia que chegava ao extremo de usar este tipo de ofensas racistas. O mais impressionante é o juiz não ter identificado o racismo dessas expressões que denotam verdadeiro ódio de negros: “Afro-neguinho”; “afro-crioulinho”; “afro-pretinho fascista”. É a impunidade que rola sola no Brasil.
Seria bom que alguns brasileiros soubessem que caboclo não é raça e não é grupo-étnico. É mais uma palavra sem sentido inventada em terras tupiniquins, e que não serve para nada além de gerar alienação na cabeça do povo.
Não sei como é que alguém pode levar a sério um “movimento” chamado pardo-mestiço. É uma furada total, primeiro porque pardo é meramente uma cor, fenótipo, e não um grupo étnico-racial; e o próprio IBGE aplica este termo aos negros de aparência mais miscigenada, popularmente conhecidos como mulatos. – Já o termo mestiço nem se aplica corretamente a humanos porque a geração de mestiços depende da cópula entre raças diferentes, mas o conceito biológico de diferentes raças humanas já foi cientificamente descartado; existe apenas grupos de linhagem ancestral. – Porém, do alto da sua infinita idiotice, eles continuam distorcendo toda e qualquer verdade que considerem inconveniente ao seu falso movimento. Mas antropólogos, cientistas sociais e até o IBGE determinam que pardos são negros sim; é impossível negar. Pois é, tem gente que pensa que os brasileiros são bobos para acreditar em tanta mentira. – Resta saber o porquê de fazerem tanta força para provocar separatismo entre os negros. [..] não enxergar o racismo destas palavras: afro-pretinho da marca dele ; afro-crioulinho que entrou pela porta de serviço… Impunidade!!!!!!!
Olá Sandro, grato pela visita e comentário, só para situar, são duas situações distintas, 1- Houve uma ação por racismo referente a um comentário ofensivo feito em Jornal na “defesa” do movimento pardo-mestiço, o qual a juiza julgou improcedente,não fui eu quem moveu esse processo e não discuto a decisão, isso deveria ser feito pelo autor através de recurso; 2- Ao “comemorar” a absolvição no processo é que o “jornalista” fez um post em seu blog no qual ao final fez todos os comentários injuriosos com agravante racial (estes claramente direcionados à minha pessoa), com relação a estes ainda não há processo…(por enquanto).
Esse movimento pardo-mestiço finge que aceita as diferenças, mas na verdade não as aceita e é por isso que vivem a sonhar com “fusão-racial”; porque querem exterminar as diferenças… Quem respeita as diferenças vai usar as expressões afro-crioulinho, afro-neguinho? Claro que não. Muito menos dessa forma pejorativa!!
A ideologia deles é baseada nas idéias dos integralistas, os fascistas brasileiros dos anos 30 que, na ânsia de copiar a ideologia nazista/fascista de “unidade racial”, mas impossibilitados de assumir ‘identidades arianas’ no Brasil, tiveram a ridícula idéia de eleger o “mestiço” como o brasileiro-padrão… E assim reforçaram uma ideologia baseada em idéias eugenistas que já existia no Brasil desde oinício do século XX que, entre outras diretrizes sustentava a seguinte idéia: Já que não podemos ser um país de caucasianos puros, então vamos pelo menos”diluir” o sangue africano para que a “inferioridade” dos negros não nos atrase como nação .Em resumo: políticos e literatos incentivaram a miscigenação (nas classes baixas da população, é claro) por causa de racismo, e não pela ausência dele.
Foi nessa ideologia que os integralistas se apoiaram e é nessa mesma ideologia que se apoia o movimento pardo-mestiço. É por isso que louvam tanto a miscigenaçao. .Mas como o conceito de mestiços humanos já se mostrou falso, eles continuam tentando impor a idéia de “mestiço” a nível de identidade.
Como disse no comentário anterior sobre, as ofensas vem diretamente do jornalista que em princípio apesar de “emprestar forte apoio” não é (pelo menos desconheço) um ativista do citado movimento nem fala por ele, são como uma “comemoração” de péssimo gosto talvez acalentada pela ilusão de impunidade obtida com a sentença do processo em que eu não fui parte (apesar de ter sido alvo velado da agressão que deu origem a ele).