“jornalismo” com j minúsculo
Na blogosfera encontramos de tudo, conteúdo bom, conteúdo ruim, ideologias das mais diversas e práticas idem, amadores com mídia própria e profissionais da comunicação livres da “mordaça editorial” a que estão sujeitos nos grandes meios de comunicação e outros que apenas “assinam” blogs atrelados, em que continuam a fazer o jogo dos patrões midiáticos.
Porém, o que mais causa ojeriza, é quando profissionais que se intitulam Jornalistas (e por formação ou realidade profissional até o são), não aplicam ou respeitam as regras mais elementares de publicação noticiosa ou mesmo de opinião…, afinal, o blog (queira ou não) é um canal de comunicação, que em tese está sujeito a regras básicas de publicação (como por exemplo o direito de resposta) e tanto faz que seja um blog “pessoal” ou “de opinião”, sendo inclusive passível de responsabilização legal .
Todo esse preâmbulo foi para poder comentar um caso de “jornalismo com j minúsculo” ocorrido recentemente e ao qual testemunhei e interagi enquanto reclamante ; o jornalista Paulo Roberto Lopes, “ateu militante” (e até ai nada de mais) possui um blog “pessoal” e que tem aparentemente a principal função de perseguir e divulgar notícias que de alguma forma sejam negativas à religiões e religiosos (e nisso é “democratico”, pois todas e todos são atacados indistintamente); resolveu variar um pouco e mudou “o alvo” para a causa negra e seus ativistas, publicando matéria em que uma modelo negra, se diz vítima de preconceito e ameaças por parte de pessoas e ativistas negros de todo o Brasil, após ter obtido destaque em matéria em publicações negras de alcance e grande repercussão nacional (Revista Raça Brasil e Portal Geledés) alegando que o motivo é o fato de ser casada com um homem branco e por ser contra cotas raciais… e que tais ativistas seriam contra a miscigenação e casamentos interraciais (o que é um argumento claramente falacioso para quem conhece minimamente as premissas dos movimentos de negritude, dos ativistas e a sua configuração majoritária).
Acontece que, toda a reação contra a modelo (e sem qualquer conotação “racista” vinda justamente de quem combate o racismo), se deu na realidade após o acesso massivo de pessoas negras e ativistas ao seu site divulgado na matéria, e a constatação pelas mesmas que a modelo expunha ideias equivocadas sobre a temática negra, racismo e ações afirmativas, se colocando completamente na contra-mão das premissas dos movimentos de negritude e pessoas engajadas independentemente na causa negra; contribuiu para isso, manifestações e o comportamento arrogante e antipático da mesma em grupos de discussão temática no facebook, como ao se intitular nas palavras dela ” a UNICA e Guerreira MULHER NEGRA que vai vencer todos os males e preconceitos sociais que existem no Brasil e fora dele !! ” .
Além dos protestos diretos contra os posicionamentos da modelo, ocorreram também protestos contras as publicações que lhe deram amplo espaço midiático sem verificar antes o seu conteúdo ideológico e as conseqüências negativas para a causa negra, de tal divulgação.
O jornalista, alheio ao meio e à temática (bem como ao contexto), se “solidarizou” com a versão exposta exclusivamente pela jovem, publicou trechos de protestos com pessoas identificadas… e não satisfeito, do alto de seu total desconhecimento na temática, ainda publicou : “As manifestações de racismo contra Livia estão sendo feitas a propósito de uma reportagem sobre ela no site da revista Raça Brasil. ” (prática “inversionista” comum as pessoas contrárias às ações afirmativas de recorte racial ) ; não bastante, acrescentou inadequado “lembrete” sobre a lei caó (que trata do crime de racismo) e bloqueou comentários na matéria, impedindo assim o contraditório.
Instado por email, continuou inarredável em oferecer a oportunidade do contraditório, ora solicitando detalhamentos e exposições completamente desnecessárias para tal, ora reclamando falta de “concisão” e objetividade (uma forma de tentar “justificar” e manter seu posicionamento obviamente travado com a questão); penso que seria excelente a manifestação da COJIRA (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial), de veículos da imprensa negra e de todos que desaprovam esse tipo de comportamento vindo de um jornalista; bem, está dado o recado.
link para a matéria citada: http://www.paulopes.com.br/2011/09/negra-casada-com-branca-diz-ser-vitima.html
Pessoa de alma pequena e com raiva, inventa sempre um modo de querer atingir aquele no qual INVEJA…
Desprezado e nao satisfeito escreve essa besteira…francamente muita falta do que fazer.
🙂 Inveja de quê ??? de comportamentos reprováveis, falta de conhecimento em determinadas temáticas e uso nocivo da mídia ??? , o post é claro e já cumpriu sua finalidade…; tem gente que precisa aprender que o direito e possibilidade de livre expressão e meios para isso, não é mais restrito a meia dúzia de veículos de comunicação ou a profissionais de comunicação…, recado dado.