Coincidência ou inspiração ?: Thomas Vivien e Hamilton Naki, da limpeza à cirugia cardíaca.
Assistindo ontem ao DVD do filme ” Quase Deuses” (título original: Somethig the Lord made) que narra a história dos protagonistas da primeira cirurgia cardíaca direta bem-sucedida (ocorrida em Baltimore nos EUA em meados dos anos 40), me veio imediatamente à cabeça a história de Hamilton Naki. Sul-africano negro que em plena era do apartheid, de faxineiro de centro de pesquisas se tornou o “braço direito” de Christiaan Barnard, médico sul-africano branco, responsável pelo primeiro transplante cardíaco do mundo em 1967 (no primeiro transplante da equipe o paciente sobreviveu 9 dias…, no segundo 19 meses, no terceiro em 1969, a paciente teve 24 anos de sobrevida).
As “coincidências” das duas histórias são muitas…; pelo lapso de tempo e repercusão da primeira, área profissional, contexto histórico e detalhes, fica a impressão que o Dr. Barnard se “inspirou” na história de sucesso da parceria entre o Dr. Alfred Blalock e seu assistente negro Vivien Thomas e “reproduziu” a mesma ao oportunizar Hamilton Naki (o efeito da “oportunização” também foi muito proveitosa para Barnard…).
Em linhas gerais, trata-se da história de geniais médicos pesquisadores de novas técnicas, que vivendo em ambientes de forte e oficial segregação racial, observaram em auxiliares negros sem qualquer formação na área, a inteligência e aptidões extraordinárias para a pesquisa e cirurgia; não obstante a “oportunidade oferecida”, aparentemente não se preocuparam (ou não foram muito enfáticos em contrariar “o sistema”) em reverter a situação social de seus habilidosos e importantes assistentes, bem como “colaboraram” no “ocultamento oficial” dos mesmos.
Tanto Vivien quanto Hamilton, permaneceram sujeitos a injustiças como cargos e salários muito inferiores aos das habilidades e funções desenvolvidas, restrições sociais, não reconhecimento oficial, excluidos das fotos de equipe, etc… .
Ambos atuaram não apenas como cirurgiões mas também como PROFESSORES dos melhores profissionais da área em seus países. Somente com o fim oficial dos sistemas segregacionistas é que ambos puderam ter seu valor reconhecido publicamente (para Vivien, bem antes e mais), antes do final da vida ambos receberam títulos de Doutor por Notório Saber.
A mensagem que fica é que a diversidade e oportunidade ao talento podem ser muito produtivas.
Vale a pena, conhecer melhor essas duas histórias.
E óbvio recomendo o filme …
Muitas coisas chamaram-me a atenção no filme "Quase deuses". O reconhecimento só ocorreu depois, mas aconteceu, rompendo barreiras e quebrando preconceitos. Estamos falando de uma historia vivida em um país, que hoje é governado por um negro, mas a segregação ainda é latente.
Se fosse no Brasil, talvez nunca teria acontecido o reconhecimento, pois o preconceito é VELADO.
um abraço Scantbelruy.
Muitas coisas chamaram-me a atenção no filme "Quase deuses". O reconhecimento só ocorreu depois, mas aconteceu, rompendo barreiras e quebrando preconceitos. Estamos falando de uma historia vivida em um país, que hoje é governado por um negro, mas a segregação ainda é latente.
Se fosse no Brasil, talvez nunca teria acontecido o reconhecimento, pois o preconceito é VELADO.
um abraço Scantbelruy.
São dois anjos enviados por DEUS.
Que histórias inspiradoras….Homens simplesmente extraordinários
.